Apenas um... Fim!

O vento já não corre

As folhas das ramas secas caem

As águas selvagens estancam

Tudo é sombrio e luto

Energia que tudo encobre

Menos tantas punições, que sobre mim recaem

 

 

Outrora doces vozes, hoje com hálito a fel

Lançam flechas e golpes duros, de apreensão

No grande, defendendo o pequeno indefeso

Fosse a vida recheada de leite e mel

Talvez vissem os Homens com o coração

 

 

Apenas um nada, que já menos sou

Revejo-me nas pedras da calçada

Alma pura, corpo pagão

Sou eterno devaneio sem alvorada

Inferno que o passado me condenou

Cedi... facilmente me levou

Caminhando, alegremente, á eterna punição

 

 

Amanhecer algum jamais me espera...

 

 

Amanhecer algum jamias me espera

Apenas sombras agarro no além

Mísero condenado á consciência dura

Peão solto no labirinto da humana fera

Fosse salvo... Ah, mas por quem?

Ele próprio, coveiro, da sua sepultura...

 

 

De cabisbaixo se rende á escuridão...

Tomba no poço do esquecimento!

Viver nunca fora uma misaaão...

 

 

 

 

Alexandre Ramalhão