Um ser sem rumo
Uma alma sem destino
Toda a vida, tristemente, presumo
Que nada mais é que vago fumo
Dissipador do sonho, Oh sonho cretino!
...
Em cada noite desce a lua
Na qual caminho entre sombras
Buscando a união... a nossa... minha e tua!
No assobio do vento me vejo vacilar
Temeroso herói, outrora jamais vencido
Fosse meu coração pedra, e nunca seria ferido
Este peito de saudade, meu peito esquecido...
Em pranto me levanto
E no escuro tombo
Fechando os olhos te vejo, num olhar de assombro
Sozinha por mim a chorar...
No meu túmulo tanto te refugias
Embalando me como outrora em teus braços
Quando molhava teus regaços
Com Lágrimas tão puras, tão fugidias...
Flores me depositas a soluçar
Qual jardim no céu ancestral
Acaricio tua face no vento que passa
Ah, que saudade de te abraçar!
A este mundo já não pertenço
Nesta terra jamais piso
Sou Vento
Sou Chuva
Sou pó que Deus soprou
Homem que a Vida fez crescer
E incapaz de abater
A flor que o Amor plantou...
Assim me deito
Agora nao me levanto
Mas levo sobre o meu peito
De flores, o teu suave manto...
Alexandre Ramalhao
Alma perdida